Cenário para campanha : Facções!
Aew moçada! Olha
quem está de volta, o tio Gurgel!
Hoje vou trazer um criação minha para vocês, um Cenário próprio desenvolvido e aprimorado nos últimos 5 anos de minha vida:
Facções!
Facções, nascida originalmente com o nome de Guilds, é um cenário original de aventura e ação que engloba um novo universo a ser explorado, tanto pelo mestre quanto pelos jogadores.
Facções: Um mundo de violência e mistério. |
Introdução:
Neste mundo caótico
e obscuro habita uma raça denominada Quezzers, seres com a aparência humana mas dotados de poderes medonhos. Há ainda lutadores
de artes marciais, atiradores de elite e uma gama de assassinos das mais
variadas origens; além de terrores há muito tempo esquecidos, mas que podem voltar a
emergir a qualquer momento. No geral Facções é um cenário bem amplo, onde podem ser narradas campanhas mais voltados para o medo e mistério ou mais no estilo Anime de porrada, dependendo da abordagem que o mestre e os jogadores decidam
A Lenda das Facções!
Em StormCity
existe uma lenda, um antigo conto passado para as crianças que insistem em não
se comportar...
Conta a história que
houve um tempo em que a humanidade gozava de paz, amor e calma. Eram tempos
dourados que eram guiados pelo espírito ancestral, o Manafluid, algumas vezes
chamado também de O Deus. Os humanos alcançaram uma utopia que durou por milênios, porém, alguns homens não se sentiam satisfeitos com tudo o que tinham, desejavam um
poder muito maior, algo que pudesse torna-los divindades entre os seus iguais, ele
desejavam o poder detido pelo Manafluid!
ManaFluid não era um ser material como os homens ou os animais, e sim um ser etéreo feito de pura energia, conhecida também como mana, formado por
uma mente coletiva que interligava todos os seres vivos, permutando
desde o menor inseto até o maior dos mamíferos. Mas, através de meios esquecidos, os
lideres de uma já extinta civilização conseguiram quebrar o vinculo que eles
tinham com o Manafluid, sendo a partir de então capazes, eles mesmo, de gerarem
sua própria mana, além de manipulá-la para quebrar as leis da física ou até
mesmo da realidade.
Em seguida declaram guerra a todos os outros povos,
dominando-os com seus novos poderes, e então, ousaram tentar contra a vida do próprio Deus, quebrando os laços dele com todos os seres vivos. Manafluid revidou, é claro. Em uma
lufada de energia trancou a mana que os humanos produziam dentro deles mesmos, selando para
sempre seus magníficos poderes ao mesmo tempo em que, usando sua energia pura, transformou os animais ao qual ainda tinha vínculo em terríveis feras! Anos
regados a sangue e matança se seguiram, todo o conhecimento, tecnologia e
cultura dos povos daquela época foi destruído em quanto alguns poucos
conseguiram fugir das Fera-de-Mana.
Feras-de-mana eram seres deformados, poderosos e terríveis! |
Com seus corações preenchidos por
angustia e tristeza, os sobreviventes da civilização que havia desencadeado toda
aquela desgraça se uniram nas ruínas de sua antiga capital, onde o ritual para
cortar o vinculo com Manafluid havia sido feito. Usando suas próprias vidas
como sacrifício, eles deram a 10 crianças o poder de voltar a manipular a energia
primaria, a mana pura! Essas crianças cresceram e lideraram os povos em uma
ultima batalha contra seus algozes, as Fera-da-Mana, derrotando os seres
abissais e expulsando os remanescentes para as entranhas das florestas e
oceanos. A partir deste dia os 10 heróis ficaram conhecidos como os Quezzers,
que na língua antiga significa "Guias", que conduziram a humanidade a uma nova
era de paz... Que durou muito pouco.
Os filhos dos heróis eram dotados de suas capacidades de manipular a mana, mas não detinham sua eterna juventude,
muito menos seu apresso pelos fracos humanos, e pouco a pouco foram se tornando
ditadores cruéis. Ninguém sabe o motivo
pelo qual os Quezzers iniciais não interferiram quando sua
prole começou a assassinar as pessoas que eles haviam jurado salvar, alguns dizem que eles enlouqueceram com a idade, outros que eles amavam tantos seus filhos demoníacos que se cegaram para o mal que estavam causando.
prole começou a assassinar as pessoas que eles haviam jurado salvar, alguns dizem que eles enlouqueceram com a idade, outros que eles amavam tantos seus filhos demoníacos que se cegaram para o mal que estavam causando.
Um deles porém, se
ergue contra essa injustiça causada por seus descendentes insanos. Seu nome era
Kiter, o mais poderoso dos 10 Quezzers. Junto com outros humanos e descendentes
que compartilhavam de seu desejo por justiça, Kiter iniciou um grande guerra
contra seus irmãos quezzers e seus filhos insanos, que ficou conhecida como a Primeira Guerra Quezzer. Kiter venceu ao final, matando, aprisionando ou subjugando os Quezzers iniciais e seus descendentes. Dentre aqueles
que o seguiram na guerra, Kiter nomeou 12 deles para serem guardiões e guias do
mundo, criando assim as 12 Famílias Nobres, e se auto intitulou de O Imperador
Eterno. Após isso as Facções, formadas tanto por membros das famílias nobres
quanto por outros clãs de origem variada, passaram a controlar e reger o mundo
pelas sombras.
O que é
mito e o que é verdade se perdeu no tempo, mas é certo que o Imperador Eterno e
as 12 Famílias nobres existem, e poucos procuram outras explicações para o
surgimento dos Quezzers ou das Facções.
A chuva cai forte, sendo nítido aos
ouvidos apurados de Argelux o burburinho dos ralos do esgoto entupidos. Está
frio e apenas os clarões dos relâmpagos rasgavam a escuridão no céu. Era
possível sentir dali, o cheiro de terra molhada que vinha do horizonte. Tudo
começava a festejar, palpitando conforme as batidas de seu coração solitário,
naquela noite turva e obscura, com monstros a espreita, enquanto os olhos
opacos e sem vida fitavam ao longe o nada.
Fazia alguns minutos que seu turno havia começado no pequeno posto de esquina, que possuía somente três bombas, uma para cada tipo de combustível, e uma pequena loja de conveniências ao fundo, com três prateleiras de salgados e outras guloseimas, além de bebidas e uma estante com vários óculos e bonés. O movimento, que já não era intenso naquele horário, se tornava sempre menor em dias chuvosos e nublados como aquele. O bairro de Servilha era calmo e dificilmente havia brigas ou confusões, o que trazia a todos ali uma rara, e talvez falsa, sensação de segurança, que já era difícil em qualquer canto da cidade. As casas eram um detalhe a parte, sendo de uma arquitetura antiga, porém padronizadas, tendo a cada três ou quatro residências uma árvore robusta, que em alguns casos crescia até as raízes quebrarem o meio fio.
Fazia alguns minutos que seu turno havia começado no pequeno posto de esquina, que possuía somente três bombas, uma para cada tipo de combustível, e uma pequena loja de conveniências ao fundo, com três prateleiras de salgados e outras guloseimas, além de bebidas e uma estante com vários óculos e bonés. O movimento, que já não era intenso naquele horário, se tornava sempre menor em dias chuvosos e nublados como aquele. O bairro de Servilha era calmo e dificilmente havia brigas ou confusões, o que trazia a todos ali uma rara, e talvez falsa, sensação de segurança, que já era difícil em qualquer canto da cidade. As casas eram um detalhe a parte, sendo de uma arquitetura antiga, porém padronizadas, tendo a cada três ou quatro residências uma árvore robusta, que em alguns casos crescia até as raízes quebrarem o meio fio.
Perdido em seus pensamentos,
Argelux se assusta quando ouve a voz de
um garoto que sai trotando do banheiro dos funcionários do lado direito do
ponto de conveniência, e ele nem ao menos notara que alguém havia entrado lá. O
garoto negro, de seus dezoito anos, caminhava firme em sua direção e, assim como
ele, usava o colete amarelo por cima da roupa, identificando-o como funcionário
do local.
- Olá, sou Bob o novato. Hoje será meu primeiro dia aqui no posto! - Um largo
sorriso aparece em seu rosto, fazendo seus dentes brancos entrarem em
contraste com sua pele e olhos negros como a noite.
- Prazer, me chamo Argelux. Você vai gostar de trabalhar aqui, geralmente é
assim sossegado, com poucos carros e quase nenhum movimento - Revelou
simpaticamente, ignorando o olhar do jovem que fitava seus olhos com certa
admiração e estranhamento.
A verdade era que o visual de Argelux,
assim como seu nome, era extremamente exótico: Sua Iris apresentava um vermelho
vivido como sangue. Seu cabelo, assim como as sobrancelhas eram outro detalhe paradigmático
em seu corpo, sendo de um branco vibrante quase prateado, lembrando os raios do
luar e ao mesmo tempo liso, estendendo-se até um pouco depois dos ombros, mas
sempre impecavelmente penteados para trás. Sua altura não o fazia destacar-se,
nem para o mais nem para o menos, tendo cerca de 1,70m, seu corpo magro, porém era atlético, escondido sempre por de baixo da roupa. Por fim as unhas sempre
compridas e grosas como garras e o sorriso largo, que muitas vezes deixava
aparente os caninos brancos como leite, dando a ele um ar predatório.
- Então Bob, primeiro trabalho? - Perguntou tentando quebrar o clima inicial.
- É sim, estou terminando meus estudos, mas acho que não entrarei numa
faculdade pública. O jeito então é trabalhar para pagar uma particular. Um
posto é um bom local para se começar, segundo meu pai, então vim pedir emprego -
Afirmou o jovem, com vigor na voz, enquanto olhava um panfleto a respeito do
combustível adulterado e como reconhecê-lo.
- E você parece estar bem empenhado nisso, não? - Deu uma pequena risada, como
que o advertindo - Jogue este panfleto fora, seja lá onde você o achou. O
combustível aqui é tão bom quanto pinga! Seria um saco se um cliente resolvesse
identificar nossa gasolina!
Um carro preto esporte, de vidros
escurecidos de capô e o teto envelopados, de aparência furiosa e
intimidadora se aproxima lentamente do posto. Pelo modelo de luxo, Argelux já
nota que era de algum figurão, uma vez que pouquíssimos naquela cidade
desgraçada poderiam comprar um carro de igual porte, um flash de
seu passado veio a sua, o que rapidamente foi repudiado com um balançar rápido de cabeça.
- Venha comigo Bob, vou atender o cara, assim aproveito e lhe ensino a por
gasolina nos carros. É bem simples na verdade - Dito isso, ia a passos firmes
até o veículo, que já havia encostado ao lado da bomba de combustível,
pegou a “pistola” de abastecimento e esperou na lateral até que
os vidros negros começassem a descer.
Era fácil notar que o motorista, assim
como quem ocupava o banco do passageiro, tinha feições brutais e usava roupas
não muito condizentes com o carro: calças jeans rasgadas, remendadas por
costuras e adornadas com correntes de aço e ferro, além das camisetas negras
com estampas satânicas e os olhos pintados com uma maquiagem gótica. Para maior surpresa e
infelicidade dele, logo que metade do vidro se encontrou aberto, o homem sentado
do lado do passageiro e mais perto da janela saca uma arma e rapidamente a
aponta para a testa do frentista de olhos vermelhos. Neste instante pensamentos
rápidos invadem a mente de Argelux, indo de um possível assalto ao posto
até um sequestro relâmpago, mas percebe que nenhuma dessas teses faria sentido,
afinal por que sequestrar um frentista de posto ou pior ainda, assaltá-lo? Logo
a verdade surge moldando seus lábios que quase sussurram
“Eles me acharam”.
Antes que o ocupante do lado da janela tenha
tempo de puxar o gatilho, Argelux segura seu punho,
forçando-o contra o ocupante do outro banco ao mesmo tempo em que ouvia os estralos dos ossos quebrando e disparando a arma contra o motorista, sujando
a janela e o pára-brisa de sangue.
Por cima do capô do carro, forçando seus olhos vermelhos ele vê, mesmo com a
chuva pesada, motos rodeando todo o posto, no mínimo 5 pelo que contou.
- É a merda de uma cilada! Bob cui... - E antes que pudesse terminar o aviso ao
novo funcionário o som agudo e inconfundível de tiros rasga a noite ecoando por
todo o bairro. Argelux se protege abrindo a porta do carro a forçando e entrando no veículo, o jovem Bob não tem os mesmos reflexos e logo é
baleado na perna por um dos tiros, caindo no chão gritando de dor e medo.
Dentro do carro, ainda segurando o punho agora quebrado do homem, maneja a arma que ele segura e que acerta uma bala em cabeça, ficando agora na companhia de dois cadáveres. Os tiros se concentravam no carro,
furando os pneus e quebrando em pedaços o vidro.
Agora não havia volta.
Pegando o revólver que acabou de usar para matar seus perseguidores, e enchendo os pulmões de
ar, Argelux sai do carro fazendo disparos contra as motos, mesmo que com sua
péssima pontaria não fizesse nada além do que assustar os motoqueiros. Em
quanto corria e atirava ia na direção do jovem Bob, que estava caído no chão há alguns metros adiante, urrando de dor pela perna atingida. Ao chegar perto o
suficiente larga a arma no chão, erguendo o menino pelo braço puxando-o com força para cima e colocando-o em seus ombros. Bob gemia de dor pelo solavanco que levava em
quanto ia parar nas costas do companheiro, que não parecia, inicialmente, ter
estrutura física para ergue-lo, e solta urro maior ainda quando Argelux se choca contra as
vidraças da loja de conveniências, as quebrandos, fazendo ambos baterem no chão.
Os motoqueiros usavam motos potentes, assim como coletes
pretos de couro por cima das roupas rasgadas e sujas. Poucos usavam capacetes
ou qualquer apetrecho de segurança, a total despeito das leis, também pudera,
para pessoas que andavam armados até os dentes, multas de trânsito eram as menores de suas preocupações. Bordado na parte de trás dos coletes havia um brasão, uma espécie
de cobra com asas e palavras escritas na linguagem nobre mostravam que eles faziam realmente
parte de uma Facção, apesar das pessoas comuns pouco compreenderem do submundo
do crime, e raramente distinguiriam eles de um bando comum de motoqueiros.
- Você é louco! - Falava o jovem Bob, enquanto dava um pequeno gemido se esgueirando
para trás de uma das prateleiras ao ouvir os disparos que se focavam ali. - Quem são
esses caras?! É... Um assalto?
- Não, eles
são membros de alguma maldita Facção! - Respondeu Argelux, em quanto se
protegia dos tiros quase em posição fetal atrás do balcão, que aquele horário
estava vazio uma vez que o ponto de atendimento fechava as 22h, justamente para
evitar assaltos e outros crimes.
- Facção? Não me faz rir, isso é uma lenda urbana cara! Lenda urbana! Se
organizações de criminosos realmente governassem o mundo nós saberíamos, a
mídia iria nos contar! - Afirmou cético, enquanto os olhos assustados fitavam o
chão em uma fútil tentativa de manter o controle.
- É, claro que iria... Então liga para a policia. - Retrucou com um certo tom
de ironia, enquanto esperava observando por de trás da bancada de ferro a loja de
conveniência ser pulverizada pelas balas. Notara que os tanques de gasolina
vazam ao litros, preenchendo o pátio do posto com material inflamável.
- Sim... Para a policia e a ambulância e... Sem sinal? Meu celular está sem
sinal! - Bob jogou o celular na parede por pura frustração, não escondendo o
pânico.
- Se bloquearam o sinal, é uma Facção de porte grande, ou estão investindo tudo
deles neste ataque. Isso é problemático ...- Ponderou Argelux, ficando ainda
mais surpreso ao ver pela fresta da porta da loja os motoqueiros passando para
lá e para cá, atirando com pistolas e metralhadoras a esmo. Um deles de
repente para, e olha para a loja, pega uma espécie de garrafa da
lateral de sua moto, ele ascende um fósforo e queima um pano amarrado na boca do objeto.
O mundo para
Argelux estava prestes a desmoronar se não tomasse uma atitude, porém a essa altura
não via muito o que pudesse fazer. O motoqueiro jogou a garrafa em chamas em
cima da gasolina que escorria, e depois partiu. O fogo percorreu a
estrada na direção dos tanques, causando uma enorme explosão que em segundos
encobriu todo o lugar com chamas infernais.
Um dos motoqueiros, o único que estava em uma moto vermelha de porte grande e
design esportivo, retirou o capacete deixando assim, o cabelo longo e
negro cair por sobre seus olhos pintados com lápis roxo. A chuva escorre por sua face. Fala de maneira sofrida, devido aos inúmeros piercings na língua e na boca, comemora,
“Missão comprida! Vamos voltar a sede agora!”, mas logo ele e os outros
motoqueiros ficam petrificados vendo uma cena que só poderia ter sido imaginada na mente
de um louco: Argelux surge do posto em chamas com o corpo de Bob entre os
braços, ambos rodeados por fogo que chegava quase a consumir seus ossos,
deixando os músculos faciais a mostra. Todos rapidamente voltam a apontar suas
armas para ele, porém o grito de raiva vindo do fundo da garganta daquele homem
em chamas faz gelar o coração dos membros da Facção. Correntes negras com
arames farpados vermelhos como sangue brotam da sombra de Argelux que ainda
queimava em labaredas escarlates, avançando como se tivessem vida própria contra os
motoqueiros, rodeando e dilacerando sua carne, deslocando seus ossos, e promovendo uma carnificina nunca antes presenciada.
- Idiotas! É tudo ilusão, é tudo ilusão!
– Gritou o que aparentemente era o líder, ainda sentado em sua moto vermelha
para tentar despertar seus subordinados da loucura que ali se instalava. Para
ele, que tinha uma grande força espiritual, assim como outros 3 motoqueiros que
não caíram nas alucinações, o grito havia provocado apenas um frio na espinha. Vendo que seus subordinados não sairiam daquele transe doentio, rosnou o suposto líder amaldiçoando Argelux, conformado com a derrota acelerou a sua moto, falando para
si mesmo - Então este monstro é um Quezzer?
O homem de cabelos negros foge junto com outros dois comparsas que, como ele, superaram as
ilusões, sumindo no horizonte ainda escuro, deixando para trás seus comparsas
loucos ou feridos a mercê de sua própria sorte. A tempestade começava a diminuir,
enquanto as chamas no corpo de ambos diminuíam até se apagar, e de joelhos no chão, os olhos vermelhos de Argelux fitavam o rosto carbonizado de seu ex-colega
de trabalho. Se levantando com dificuldade e deixando o corpo sem vida de Bob para trás, sua pele começou a se regenerava em uma velocidade sobrehumana, cobrindo
os músculos expostos e logo o curando das terríveis queimaduras, afinal ele era um Quezzer.
Poucas pessoas conheciam os demônios chamados de Quezzer. Eles são humanos que,
por motivos desconhecidos, pelo menos por Argelux, ganhavam poderes inigualáveis.
Entre eles a rápida regeneração, o aumento impressionante do vigor, da
velocidade ou até mesmo da força física, como também outra variação infinitas de
habilidades únicas. Porém, com estas dádivas vinha também uma grande maldição, um destino repleto de violencia e morte.
- Irônico, quando finalmente comecei a esquecer de toda a morte e dor, meus
fantasmas do passado voltam a me perseguir... Esses malditos sabiam até onde eu
trabalhava! - Com passos fortes, Argelux vai em direção a um dos motoqueiros
que estava no chão, ainda se contorcendo de dor pela forte ilusão
causada por sua ira. Pegando o pobre coitado pela gola da jaqueta o ergue até
deixar seus olhos na mesma direção e pergunta com fúria em sua voz.
- Seu filho da puta! Quero nomes, quero informação! Quem são vocês?! - Apesar da ira em
sua voz, logo percebia que seria inútil tentar pegar informações daquele
motoqueiro. O homem estava babando feito um demente num sanatório após a
terapia de choque, estava tendo espasmos musculares, seu corpo tremia. E ele
murmurava coisas aleatórias “Mate.... Espinhos... Ajude...” Aquele homem não
iria lhe dizer nada por hora, já que seus ritmos cardíacos acelerados indicam
claramente que ele ainda estava em efeito hipnótico, e que talvez nunca mais
saísse.
Ele revista o homem como um verdadeiro
policial a moda antiga. Ao balançar os bolsos do mesmo, sua carteira cai e logo
tinha os documentos revistados. Lá continha sua identidade, um pouco de
dinheiro e cartões, porém o mais importante, uma espécie de carteirinha
especial com o símbolo do que seria uma Facção e uma mensagem na língua nobre,
a mesma bordada nos coletes de couro. Ele estava afastado das ruas e não soube
identificar de qual Facção era aquele símbolo, além disso, não sabia nem ao menos o
básico da chamada língua nobre, o que lhe impedia de ler o que havia escrito na ali.
- Provavelmente era mesmo uma maldita Facção, mas que frescura é essa de
carteirinha? - Era comum e até esperado as Facção criminosas usarem brasões e
símbolos para identificarem seus membros, variando de costuras em roupa até
mesmo tatuagens ou pinturas em carros, mas era a primeira vez que via uma
carteirinha de identificação. Com uma careta de quem lembra algo que
não gostaria de lembrar, diz - Se sabiam onde eu trabalhava devem saber também
onde eu moro... Ray! - Então, erguendo uma das motocicletas intactas, Argelux a monta e rasga o asfalto molhado em direção a casa de Ray, deixando o bairro
que antes era calmo e tranquilo em ruínas e chamas, junto com o jovem e
sonhador Bob no chão, junto às cinzas.
CONTINUA NO PRÓXIMO POST...
____________________________________________________________________Créditos das imagens
à asuka111, Neolitic, Zoein e MoaWallin, todos do devianrt.
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