Cenário para campanha : Facções!


Aew moçada! Olha quem está de volta, o tio Gurgel!

Hoje vou trazer um criação minha para vocês, um Cenário próprio desenvolvido e aprimorado nos últimos 5 anos de minha vida: Facções! 

Facções, nascida originalmente com o nome de Guilds, é um cenário original de aventura e ação que engloba um novo universo a ser explorado, tanto pelo mestre quanto pelos jogadores.

Facções: Um mundo de violência e mistério.



Introdução:

Primeiro um pouco do que é Facções. Ele surgiu de um cenário para RPG chamado Guilds, criado por mim e aperfeiçoado com o tempo durante jogos e mais jogos, em especial contribuição da mestra Maka. Até que no começo de 2012 eu percebi que o cenário, assim como a historia que nele criamos tinha potencial para um livro. Um bom livro! Logo então eu comecei a trabalhar nele! Foram anos de aperfeiçoamento, tanto na minha escrita (que não é lá essas coisas ainda. rsrs) como no enredo. Muitas coisas mudaram, o livro amadureceu, foi reescrito e agora cá estamos, não só com o livro mas com um cenário vivo e pronto para outros jogadores poderem viver as mesmas aventuras que eu.

Basicamente o cenário traz um mundo muito parecido com o nosso em termos de tecnologia, com TV, celular, construções e afins, mas totalmente distópico e mergulhado em escuridão. Neste universo existe apenas um país, chamado de Firmamento, com  muitas megalópoles, onde o grosso da população não sabe que na realidade  está sendo controlada por diversas Facções que comandam o governo, a mídia, a economia e etc...

Neste mundo caótico e obscuro habita uma raça denominada Quezzers, seres com a aparência humana mas dotados de poderes medonhos. Há ainda  lutadores de artes marciais, atiradores de elite e uma gama de assassinos das mais variadas origens; além de terrores há muito tempo esquecidos, mas que podem voltar a emergir a qualquer momento. No geral Facções é um cenário bem amplo, onde podem ser narradas campanhas mais voltados para o medo e mistério ou mais no estilo Anime de porrada, dependendo da abordagem que o mestre e os jogadores decidam



A Lenda das Facções!

Em StormCity existe uma lenda, um antigo conto passado para as crianças que insistem em não se comportar...

Conta a história que houve um tempo em que a humanidade gozava de paz, amor e calma. Eram tempos dourados que eram guiados pelo espírito ancestral, o Manafluid, algumas vezes chamado também de O Deus. Os humanos alcançaram uma utopia que durou por milênios, porém, alguns homens não se sentiam satisfeitos com tudo o que tinham, desejavam um poder muito maior,  algo que pudesse torna-los divindades entre os seus iguais, ele desejavam o poder detido pelo Manafluid!

ManaFluid não era um ser material como os homens ou os animais, e sim um ser etéreo feito de pura energia, conhecida também como mana,  formado por uma mente coletiva que interligava todos os seres vivos, permutando desde o menor inseto até o maior dos mamíferos. Mas, através de meios esquecidos, os lideres de uma já extinta civilização conseguiram quebrar o vinculo que eles tinham com o Manafluid, sendo a partir de então capazes, eles mesmo, de gerarem sua própria mana, além de manipulá-la para quebrar as leis da física ou até mesmo da realidade.

Feras-de-mana eram seres deformados, poderosos e terríveis!
Em seguida declaram guerra a todos os outros povos, dominando-os com seus novos poderes, e então, ousaram tentar contra a vida do próprio Deus, quebrando os laços dele com todos os seres vivos. Manafluid revidou, é claro. Em uma lufada de energia trancou a mana que os humanos produziam dentro deles mesmos, selando para sempre seus magníficos poderes ao mesmo tempo em que, usando sua energia pura, transformou os animais ao qual ainda tinha vínculo em terríveis feras! Anos regados a sangue e matança se seguiram, todo o conhecimento, tecnologia e cultura dos povos daquela época foi destruído em quanto alguns poucos conseguiram fugir das Fera-de-Mana

Com seus corações preenchidos por angustia e tristeza, os sobreviventes da civilização que havia desencadeado toda aquela desgraça se uniram nas ruínas de sua antiga capital, onde o ritual para cortar o vinculo com Manafluid havia sido feito. Usando suas próprias vidas como sacrifício, eles deram a 10 crianças o poder de voltar a manipular a energia primaria, a mana pura! Essas crianças cresceram e lideraram os povos em uma ultima batalha contra seus algozes, as Fera-da-Mana, derrotando os seres abissais e expulsando os remanescentes para as entranhas das florestas e oceanos. A partir deste dia os 10 heróis ficaram conhecidos como os Quezzers, que na língua antiga significa "Guias", que conduziram a humanidade a uma nova era de paz... Que durou muito pouco.

Os filhos dos heróis eram dotados de suas capacidades de manipular a mana, mas não detinham sua eterna juventude, muito menos seu apresso pelos fracos humanos, e pouco a pouco foram se tornando ditadores cruéis.  Ninguém sabe o motivo pelo qual os Quezzers iniciais não interferiram quando sua
prole começou a assassinar as pessoas que eles haviam jurado salvar, alguns dizem que eles enlouqueceram com a idade, outros que eles amavam tantos seus filhos demoníacos que se cegaram para o mal que estavam causando.

Um deles porém, se ergue contra essa injustiça causada por seus descendentes insanos. Seu nome era Kiter, o mais poderoso dos 10 Quezzers. Junto com outros humanos e descendentes que compartilhavam de seu desejo por justiça, Kiter iniciou um grande guerra contra seus irmãos quezzers e seus filhos insanos, que ficou conhecida como a Primeira Guerra Quezzer. Kiter venceu ao final, matando, aprisionando ou subjugando os Quezzers iniciais e seus descendentes. Dentre aqueles que o seguiram na guerra, Kiter nomeou 12 deles para serem guardiões e guias do mundo, criando assim as 12 Famílias Nobres, e se auto intitulou de O Imperador Eterno. Após isso as Facções, formadas tanto por membros das famílias nobres quanto por outros clãs de origem variada, passaram a controlar e reger o mundo pelas sombras.

O que é mito e o que é verdade se perdeu no tempo, mas é certo que o Imperador Eterno e as 12 Famílias nobres existem, e poucos procuram outras explicações para o surgimento dos Quezzers ou das Facções.



Conto introdutório (Primeiro Cap. do livro):




A chuva cai forte, sendo nítido aos ouvidos apurados de Argelux o burburinho dos ralos do esgoto entupidos. Está frio e apenas os clarões dos relâmpagos rasgavam a escuridão no céu. Era possível sentir dali, o cheiro de terra molhada que vinha do horizonte. Tudo começava a festejar, palpitando conforme as batidas de seu coração solitário, naquela noite turva e obscura, com monstros a espreita, enquanto os olhos opacos e sem vida fitavam ao longe o nada. 

Fazia alguns minutos que seu turno havia começado no pequeno posto de esquina, que possuía somente três bombas, uma para cada tipo de combustível, e uma pequena loja de conveniências ao fundo, com três prateleiras de salgados e outras guloseimas, além de bebidas e uma estante com vários óculos e bonés. O movimento, que já não era intenso naquele horário, se tornava sempre menor em dias chuvosos e nublados como aquele. O bairro de Servilha era calmo e dificilmente havia brigas ou confusões, o que trazia a todos ali uma rara, e talvez falsa, sensação de segurança, que já era difícil em qualquer canto da cidade. As casas eram um detalhe a parte, sendo de uma arquitetura antiga, porém padronizadas, tendo a cada três ou quatro residências uma árvore robusta, que em alguns casos crescia até as raízes quebrarem o meio fio.



Perdido em seus pensamentos, Argelux  se assusta quando ouve a voz de um garoto que sai trotando do banheiro dos funcionários do lado direito do ponto de conveniência, e ele nem ao menos notara que alguém havia entrado lá. O garoto negro, de seus dezoito anos, caminhava firme em sua direção e, assim como ele, usava o colete amarelo por cima da roupa, identificando-o como funcionário do local.



- Olá, sou Bob o novato. Hoje será meu primeiro dia aqui no posto! - Um largo sorriso aparece em seu rosto, fazendo seus dentes brancos entrarem em contraste com sua pele e olhos negros como a noite.



- Prazer, me chamo Argelux. Você vai gostar de trabalhar aqui, geralmente é assim sossegado, com poucos carros e quase nenhum movimento - Revelou simpaticamente, ignorando o olhar do jovem que fitava seus olhos com certa admiração e estranhamento.



A verdade era que o visual de Argelux, assim como seu nome, era extremamente exótico: Sua Iris apresentava um vermelho vivido como sangue. Seu cabelo, assim como as sobrancelhas eram outro detalhe paradigmático em seu corpo, sendo de um branco vibrante quase prateado, lembrando os raios do luar e ao mesmo tempo liso, estendendo-se até um pouco depois dos ombros, mas sempre impecavelmente penteados para trás. Sua altura não o fazia destacar-se, nem para o mais nem para o menos, tendo cerca de 1,70m, seu corpo magro, porém era atlético, escondido sempre por de baixo da roupa. Por fim as unhas sempre compridas e grosas como garras e o sorriso largo, que muitas vezes deixava aparente os caninos brancos como leite, dando a ele um ar predatório.

- Então Bob, primeiro trabalho? - Perguntou tentando quebrar o clima inicial.

- É sim, estou terminando meus estudos, mas acho que não entrarei numa faculdade pública. O jeito então é trabalhar para pagar uma particular. Um posto é um bom local para se começar, segundo meu pai, então vim pedir emprego - Afirmou o jovem, com vigor na voz, enquanto olhava um panfleto a respeito do combustível adulterado e como reconhecê-lo.

- E você parece estar bem empenhado nisso, não? - Deu uma pequena risada, como que o advertindo - Jogue este panfleto fora, seja lá onde você o achou. O combustível aqui é tão bom quanto pinga! Seria um saco se um cliente resolvesse identificar nossa gasolina!

Um carro preto esporte, de vidros escurecidos de capô e o teto envelopados, de aparência furiosa e intimidadora se aproxima lentamente do posto. Pelo modelo de luxo, Argelux já nota que era de algum figurão, uma vez que pouquíssimos naquela cidade desgraçada poderiam comprar um carro de igual porte, um flash de seu passado veio a sua, o que rapidamente  foi repudiado com um balançar rápido de cabeça.

- Venha comigo Bob, vou atender o cara, assim aproveito e lhe ensino a por gasolina nos carros. É bem simples na verdade - Dito isso, ia a passos firmes até o veículo, que já havia encostado ao lado da bomba de combustível, pegou a “pistola” de abastecimento e esperou na lateral até que os vidros negros começassem a descer.

Era fácil notar que o motorista, assim como quem ocupava o banco do passageiro, tinha feições brutais e usava roupas não muito condizentes com o carro: calças jeans rasgadas, remendadas por costuras e adornadas com correntes de aço e ferro, além das camisetas negras com estampas satânicas e os olhos pintados com uma maquiagem gótica. Para maior surpresa e infelicidade dele, logo que metade do vidro se encontrou aberto, o homem sentado do lado do passageiro e mais perto da janela saca uma arma e rapidamente a aponta para a testa do frentista de olhos vermelhos. Neste instante pensamentos rápidos invadem a mente de Argelux, indo de um possível assalto ao posto até um sequestro relâmpago, mas percebe que nenhuma dessas teses faria sentido, afinal por que sequestrar um frentista de posto ou pior ainda, assaltá-lo? Logo a verdade surge moldando seus lábios que quase sussurram

 “Eles me acharam”.


Antes que o ocupante do lado da janela tenha tempo de puxar o gatilho,  Argelux segura seu punho, forçando-o contra o ocupante do outro banco ao mesmo tempo em que ouvia os estralos dos ossos quebrando e disparando a arma contra o motorista, sujando a janela e o pára-brisa de sangue.


Por cima do capô do carro, forçando seus olhos vermelhos ele vê, mesmo com a chuva pesada, motos rodeando todo o posto, no mínimo 5 pelo que contou.

- É a merda de uma cilada! Bob cui... - E antes que pudesse terminar o aviso ao novo funcionário o som agudo e inconfundível de tiros rasga a noite ecoando por todo o bairro. Argelux se protege abrindo a porta do carro a forçando e entrando no veículo, o jovem Bob não tem os mesmos reflexos e logo é baleado na perna por um dos tiros, caindo no chão gritando de dor e medo.

Dentro do carro, ainda segurando o punho agora quebrado do homem, maneja a arma que ele segura e que acerta uma bala em cabeça, ficando agora na companhia de dois cadáveres. Os tiros se concentravam no carro, furando os pneus e quebrando em pedaços o vidro.

Agora não havia volta.

Pegando o revólver que acabou de usar para matar seus perseguidores, e enchendo os pulmões de ar, Argelux sai do carro fazendo disparos contra as motos, mesmo que com sua péssima pontaria não fizesse nada além do que assustar os motoqueiros. Em quanto corria e atirava ia na direção do jovem Bob, que estava caído no chão há alguns metros adiante, urrando de dor pela perna atingida.  Ao chegar perto o suficiente larga a  arma no chão, erguendo o menino pelo braço puxando-o com força para cima e colocando-o em seus ombros. Bob gemia de dor pelo solavanco que levava em quanto ia parar nas costas do companheiro, que não parecia, inicialmente, ter estrutura física para ergue-lo, e solta urro maior ainda quando Argelux se choca contra as vidraças da loja de conveniências, as quebrandos, fazendo ambos baterem no chão.

Os motoqueiros usavam motos potentes, assim como coletes pretos de couro por cima das roupas rasgadas e sujas. Poucos usavam capacetes ou qualquer apetrecho de segurança, a total despeito das leis, também pudera, para pessoas que andavam armados até os dentes, multas de trânsito eram as menores de suas preocupações. Bordado na parte de trás dos coletes havia um brasão, uma espécie de cobra com asas e palavras escritas na linguagem nobre mostravam que eles faziam realmente parte de uma Facção, apesar das pessoas comuns pouco compreenderem do submundo do crime, e raramente distinguiriam eles de um bando comum de motoqueiros.

- Você é louco! - Falava o jovem Bob, enquanto dava um pequeno gemido se esgueirando para trás de uma das prateleiras ao ouvir os disparos que se focavam ali. - Quem são esses caras?! É... Um assalto?



- Não, eles são membros de alguma maldita Facção! - Respondeu Argelux, em quanto se protegia dos tiros quase em posição fetal atrás do balcão, que aquele horário estava vazio uma vez que o ponto de atendimento fechava as 22h, justamente para evitar assaltos e outros crimes.


- Facção? Não me faz rir, isso é uma lenda urbana cara! Lenda urbana! Se organizações de criminosos realmente governassem o mundo nós saberíamos, a mídia iria nos contar! - Afirmou cético, enquanto os olhos assustados fitavam o chão em uma fútil tentativa de manter o controle.



- É, claro que iria... Então liga para a policia. - Retrucou com um certo tom de ironia, enquanto esperava observando por de trás da bancada de ferro a loja de conveniência ser pulverizada pelas balas. Notara que os tanques de gasolina vazam ao litros, preenchendo o pátio do posto com material inflamável.



- Sim... Para a policia e a ambulância e... Sem sinal? Meu celular está sem sinal! - Bob jogou o celular na parede por pura frustração, não escondendo o pânico. 



- Se bloquearam o sinal, é uma Facção de porte grande, ou estão investindo tudo deles neste ataque. Isso é problemático ...- Ponderou Argelux, ficando ainda mais surpreso ao ver pela fresta da porta da loja os motoqueiros passando para lá e para cá, atirando com pistolas e metralhadoras a esmo. Um deles de repente para, e olha para a loja, pega uma espécie de garrafa da lateral de sua moto, ele ascende um fósforo e queima um pano amarrado na boca do objeto. 



O mundo para Argelux estava prestes a desmoronar se não tomasse uma atitude, porém a essa altura não via muito o que pudesse fazer. O motoqueiro jogou a garrafa em chamas em cima da gasolina que escorria, e depois partiu. O fogo percorreu a estrada na direção dos tanques, causando uma enorme explosão que em segundos encobriu todo o lugar com chamas infernais.

Um dos motoqueiros, o único que estava em uma moto vermelha de porte grande e design esportivo, retirou o capacete deixando assim, o cabelo longo e negro cair por sobre seus olhos pintados com lápis roxo. A chuva escorre por sua face. Fala de maneira sofrida, devido aos inúmeros piercings na língua e na boca, comemora, “Missão comprida! Vamos voltar a sede agora!”, mas logo ele e os outros motoqueiros ficam petrificados vendo uma cena que só poderia ter sido imaginada na mente de um louco: Argelux surge do posto em chamas com o corpo de Bob entre os braços, ambos rodeados por fogo que chegava quase a consumir seus ossos, deixando os músculos faciais a mostra. Todos rapidamente voltam a apontar suas armas para ele, porém o grito de raiva vindo do fundo da garganta daquele homem em chamas faz gelar o coração dos membros da Facção. Correntes negras com arames farpados vermelhos como sangue brotam da sombra de Argelux que ainda queimava em labaredas escarlates, avançando como se tivessem vida própria contra os motoqueiros, rodeando e dilacerando sua carne, deslocando seus ossos, e promovendo uma carnificina nunca antes presenciada. 


 - Idiotas! É tudo ilusão, é tudo ilusão! – Gritou o que aparentemente era o líder, ainda sentado em sua moto vermelha para tentar despertar seus subordinados da loucura que ali se instalava. Para ele, que tinha uma grande força espiritual, assim como outros 3 motoqueiros que não caíram nas alucinações, o grito havia provocado apenas um frio na espinha. Vendo que seus subordinados não sairiam daquele transe doentio, rosnou o suposto líder amaldiçoando Argelux,  conformado com a derrota acelerou a sua moto, falando para si mesmo - Então este monstro é um Quezzer?



O homem de cabelos negros foge junto com outros dois comparsas que, como ele, superaram as ilusões, sumindo no horizonte ainda escuro, deixando para trás seus comparsas loucos ou feridos a mercê de sua própria sorte. A tempestade começava a diminuir, enquanto as chamas no corpo de ambos diminuíam até se apagar, e de joelhos no chão, os olhos vermelhos de Argelux fitavam o rosto carbonizado de seu ex-colega de trabalho. Se levantando com dificuldade e deixando o corpo sem vida de Bob  para trás, sua pele começou a se regenerava em uma velocidade sobrehumana, cobrindo os músculos expostos e logo o curando das terríveis queimaduras, afinal ele era um Quezzer.



Poucas pessoas conheciam os demônios chamados de Quezzer. Eles são humanos que, por motivos desconhecidos, pelo menos por Argelux, ganhavam poderes inigualáveis.  Entre eles a rápida regeneração, o aumento impressionante do vigor, da velocidade ou até mesmo da força física, como também outra variação infinitas de habilidades únicas. Porém, com estas dádivas vinha também uma grande maldição, um destino repleto de violencia e morte.



- Irônico, quando finalmente comecei a esquecer de toda a morte e dor, meus fantasmas do passado voltam a me perseguir... Esses malditos sabiam até onde eu trabalhava! - Com passos fortes, Argelux vai em direção a um dos motoqueiros que estava no chão, ainda se contorcendo de dor pela forte ilusão causada por sua ira. Pegando o pobre coitado pela gola da jaqueta o ergue até deixar seus olhos na mesma direção e pergunta com fúria em sua voz.



- Seu filho da puta! Quero nomes, quero informação! Quem são vocês?! - Apesar da ira em sua voz, logo percebia que seria inútil tentar pegar informações daquele motoqueiro. O homem estava babando feito um demente num sanatório após a terapia de choque, estava tendo espasmos musculares, seu corpo tremia. E ele murmurava coisas aleatórias “Mate.... Espinhos... Ajude...” Aquele homem não iria lhe dizer nada por hora, já que seus ritmos cardíacos acelerados indicam claramente que ele ainda estava em efeito hipnótico, e que talvez nunca mais saísse.

Ele revista o homem como um verdadeiro policial a moda antiga. Ao balançar os bolsos do mesmo, sua carteira cai e logo tinha os documentos revistados. Lá continha sua identidade, um pouco de dinheiro e cartões, porém o mais importante, uma espécie de carteirinha especial com o símbolo do que seria uma Facção e uma mensagem na língua nobre, a mesma bordada nos coletes de couro. Ele estava afastado das ruas e não soube identificar de qual Facção era aquele símbolo, além disso, não sabia nem ao menos o básico da chamada língua nobre, o que lhe impedia de ler o que havia escrito na ali.

- Provavelmente era mesmo uma maldita Facção, mas que frescura é essa de carteirinha? - Era comum e até esperado as Facção criminosas usarem brasões e símbolos para identificarem seus membros, variando de costuras em roupa até mesmo tatuagens ou pinturas em carros, mas era a primeira vez que via uma carteirinha de identificação.  Com uma careta de quem lembra algo que não gostaria de lembrar, diz - Se sabiam onde eu trabalhava devem saber também onde eu moro... Ray! - Então, erguendo uma das motocicletas intactas, Argelux a monta e rasga o asfalto molhado em direção a casa de Ray, deixando o bairro que antes era calmo e tranquilo em ruínas e chamas, junto com o jovem e sonhador Bob no chão, junto às cinzas.

CONTINUA NO PRÓXIMO POST...

____________________________________________________________________Créditos das imagens à asuka111, Neolitic, Zoein e MoaWallin, todos do devianrt.

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